O dólar à vista apresentou uma leve queda nesta terça-feira, acompanhando o movimento de outras moedas em mercados líquidos. A ausência de fatores de impacto globais significativos, a menor percepção de risco Internacional e uma fixação mais baixa do yuan chinês contribuíram para o viés de desvalorização da moeda americana frente ao real. Este movimento levou o dólar ao menor patamar em três semanas, encerrando o dia abaixo de R$ 5,36.
No fechamento das negociações, o dólar à vista foi negociado em queda de 0,19%, cotado a R$ 5,3597. A moeda atingiu a mínima de R$ 5,3533 e a máxima de R$ 5,3875 no dia. O euro comercial também recuou, com queda de 0,14%, a R$ 6,2453.
No cenário Internacional, o índice DXY, que mede a força do dólar contra seis moedas desenvolvidas, apresentava leve queda, recuando 0,09% e atingindo 98,697 pontos por volta das 17h05.
Dinâmica do Câmbio e Influências Externas
O dólar iniciou o dia em leve alta, em sintonia com a dinâmica global da moeda americana. Contudo, essa tendência não se manteve nem no mercado Internacional nem no doméstico. Durante a manhã, o dólar perdeu força sem um motivo específico aparente, o que operadores de câmbio atribuíram a ajustes prévios à decisão de juros do Federal Reserve (Fed) e a uma percepção de menor risco comercial entre os Estados Unidos e a China.
Segundo análise do banco holandês ING, o enfraquecimento do dólar no início da semana se deve à fixação mais baixa do yuan chinês. O chefe global de mercados do banco, Chris Turner, destacou que a fixação mais baixa do par dólar/yuan foi positiva para moedas de mercados emergentes e teve um leve impacto negativo no dólar. O otimismo sobre um possível acordo de trégua comercial significativa entre os presidentes Donald Trump e Xi Jinping nesta quinta-feira permanece como um fator de sustentação.
Perspectivas para o Real e Fluxo de Fim de Ano
Apesar do diferencial de juros continuar favorecendo o real, especialistas e operadores de mercado demonstram cautela. O fluxo negativo esperado para o fim de ano tem levado investidores a reduzir posições favoráveis à moeda brasileira no mercado de derivativos. Essa postura pode explicar a falta de uma valorização mais expressiva do real neste mês, mesmo diante de juros elevados no Brasil e expectativas de cortes de juros nos Estados Unidos.
A decisão de juros do Fed, esperada para amanhã, será um ponto crucial para direcionar os próximos movimentos do mercado de câmbio, influenciando tanto o desempenho do dólar quanto a força do real nos próximos dias.
Fonte: Valor Econômico