Governo Lula foca em Congresso após mortes no RJ; Castro é evitado

Governo Lula evita confronto com Cláudio Castro e foca no Congresso para aprovação da PEC da Segurança Pública após mortes no RJ.
Governo Lula e Cláudio Castro — foto ilustrativa Governo Lula e Cláudio Castro — foto ilustrativa

A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, utilizou as redes sociais para reforçar a necessidade de aprovação da PEC da Segurança Pública no Congresso Nacional. A declaração surge após a operação policial contra o Comando Vermelho, realizada nesta terça-feira (28) no Rio de Janeiro, que resultou em dezenas de mortes.

Hoffmann optou por evitar um Confronto Direto com o governador do Rio, Cláudio Castro (PL). Castro havia criticado o governo federal, alegando que as Forças Armadas teriam negado três pedidos de auxílio em operações policiais. A ministra, por sua vez, focou na urgência legislativa.

“Os violentos episódios desta terça-feira no Rio, com dezenas de mortes, inclusive de policiais, bloqueio de rodovias e ameaças à população, ressaltam a urgência do debate e aprovação da PEC da Segurança Pública no Congresso Nacional. Ficou mais uma vez evidente a necessidade de articulação entre forças de segurança no combate ao crime organizado”, publicou Gleisi Hoffmann no X (antigo Twitter).

Imagem de arquivo relacionada à segurança pública no Rio de Janeiro.
Operação policial no Rio de Janeiro deixa mais de 60 mortos.

A ação policial resultou em mais de 60 mortos, a maioria apontada pela polícia como suspeita de envolvimento com o crime. Dois policiais civis e dois militares também perderam a vida durante os confrontos. O número exato de vítimas fatais ainda está sendo apurado.

Críticas de Cláudio Castro e Resposta do Governo Federal

Durante a coletiva de imprensa sobre a operação, o governador Cláudio Castro criticou a postura do governo Lula em relação à segurança pública, declarando: “Não temos ajuda das forças de segurança [federais], nem [da] Defesa. É o Rio de Janeiro sozinho”.

Em resposta, a Casa Civil convocou para a tarde desta terça uma reunião para discutir a situação, com a participação de nomes como Rui Costa e a própria ministra Gleisi Hoffmann. O Ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, afirmou que não recebeu nenhum pedido formal do governador para auxiliar na operação, classificando a ação como “desastrosa e eleitoreira”.

Projetos de Lei e PEC em Discussão

Lewandowski destacou que, além da PEC da Segurança, o projeto de lei Antifacção está em tramitação na Casa Civil. Este projeto visa alterar normativas para fortalecer o combate às facções criminosas, com foco principal na descapitalização dessas organizações.

A PEC da Segurança Pública já foi aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara e aguarda votação em plenário. Gleisi Hoffmann ressaltou a importância do fortalecimento da Polícia Federal e outras forças federais no planejamento e execução de ações conjuntas, citando como exemplo de sucesso a Operação Carbono Oculto, que envolveu inteligência financeira.

“É isso que o governo do presidente Lula propõe na PEC da Segurança Pública: uma grande articulação com os governos estaduais, em que somente o crime sairá perdendo”, concluiu a ministra.

O Ministério da Justiça, em nota posterior, informou que um acordo de cooperação técnica foi firmado entre a pasta e o governo do Rio para a criação de uma Célula Integrada de Localização e Captura de Foragidos. A iniciativa foca na identificação e prisão de criminosos de outros estados que se refugiam no Rio de Janeiro.

A nota também mencionou uma reunião em fevereiro, onde o Ministro Lewandowski atendeu a um pedido do Rio, oferecendo dez vagas em presídios federais para alocar lideranças criminosas do estado.

O ministro Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) criticou a postura de Cláudio Castro, afirmando que o governador se opôs à PEC da Segurança Pública e agora tenta politicamente se eximir de responsabilidades. “Não é correto do governador tentar fugir de suas responsabilidades fazendo um jogo pré-eleitoral”, declarou Teixeira.

Fonte: Folha de S.Paulo

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