Rio: Operação com 64 mortos expõe guerra política entre Wilson e Lula

Megaoperação no Rio com 64 mortos: governos federal e estadual trocam acusações sobre apoio e uso de blindados das Forças Armadas. Entenda o embate.
Megaoperação Rio mortes governos acusações — foto ilustrativa Megaoperação Rio mortes governos acusações — foto ilustrativa

Uma megaoperação policial realizada no estado do Rio de Janeiro, que resultou em pelo menos 64 mortes, desencadeou uma intensa troca de acusações entre os governos estadual e federal. A ação, marcada pela alta letalidade, expôs as divergências sobre o apoio da União às forças de segurança fluminenses.

Governador Castro critica falta de apoio federal

Em coletiva de imprensa, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, declarou sentir-se “sozinho” diante da falta de auxílio do governo federal. Castro apontou que, em diversas ocasiões ao longo do ano, solicitou o empréstimo de veículos blindados das Forças Armadas. No entanto, segundo o governador, esses pedidos não foram atendidos sob a justificativa de que seria necessário um decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) emitido pela Presidência da República.

Castro insinuou que o presidente Lula se opõe à decretação de GLOs para a atuação das Forças Armadas em operações Estaduais.

“Tivemos pedidos negados 3 vezes: para emprestar o blindado, tinha que ter GLO, e o presidente [Lula] é contra a GLO. Cada dia uma razão para não estar colaborando”, declarou Castro, evidenciando a tensão entre os entes federativos.

Ofício enviado por Castro em janeiro pedindo ajuda ao governo federal.
Ofício enviado por Castro, em janeiro, pedindo ajuda ao governo federal.

Ministério da Justiça alega prestação de apoio

Em contrapartida, o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) emitiu nota afirmando que a Força Nacional permanece no Rio de Janeiro desde outubro de 2023, com atuação garantida até dezembro de 2025, podendo ser renovada. A Força Nacional é composta por agentes de diversas corporações e sua atuação não demanda um decreto de GLO.

A pasta ressaltou que atendeu a todos os 11 pedidos de renovação da Força Nacional feitos pelo governo do Rio, o que, segundo o ministério, demonstra o “total apoio” do governo federal às forças de segurança que operam na capital Fluminense.

“As ações coordenadas têm como objetivo fortalecer o combate ao crime organizado, reduzir índices de criminalidade e garantir maior sensação de segurança à população. Com investimentos significativos e esforços contínuos, o MJSP permanece empenhado em assegurar resultados efetivos e contribuir para a preservação da ordem pública no estado do Rio de Janeiro”, declarou o governo Lula em nota.

Divergência sobre o uso de blindados

Conforme apurado pelo colunista do g1 Valdo Cruz, assessores diretos do presidente Lula indicaram que o governador do Rio de Janeiro não solicitou formalmente a decretação de uma operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) no estado. O pedido de GLO é considerado um requisito essencial para a decretação de tal operação e, consequentemente, para o emprego de blindados das Forças Armadas em ações de segurança pública.

O que é a GLO?

A Garantia da Lei e da Ordem (GLO) é um instrumento constitucional que permite o uso das Forças Armadas em ações de segurança pública em situações de excepcionalidade, quando as forças policiais estaduais se mostram esgotadas. Nesses cenários, Exército, Marinha e Aeronáutica assumem temporariamente poderes de polícia, sob comando direto do presidente da República, com o objetivo de restabelecer a ordem pública e proteger pessoas e patrimônios. A situação atual no Rio de Janeiro evidencia a complexidade e a politização em torno da aplicação desses mecanismos.

Fonte: G1

Adicionar um comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Imagens e vídeos são de seus respectivos autores.
Uso apenas editorial e jornalístico, sem representar opinião do site.

Precisa ajustar crédito ou solicitar remoção? Clique aqui.

Publicidade