STF Julgará Recursos de Bolsonaro por Golpe em Novembro

STF julgará recursos de Jair Bolsonaro e outros réus por tentativa de golpe em novembro. Veja os detalhes e as próximas etapas do processo.
Jair Bolsonaro golpe STF — foto ilustrativa Jair Bolsonaro golpe STF — foto ilustrativa

O Supremo Tribunal Federal (STF) agendou para o período de 7 a 14 de novembro o julgamento dos recursos apresentados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e outros seis réus envolvidos na trama golpista.

A análise ocorrerá em plenário virtual, um formato onde os ministros registram seus votos eletronicamente, dispensando o debate presencial. A confirmação oficial do cronograma depende do presidente da 1ª Turma, ministro Flávio Dino. Os recursos, conhecidos como embargos de declaração, visam contestar contradições, omissões e supostos erros materiais nas decisões que condenaram os acusados em 11 de setembro.

As defesas de Bolsonaro e demais réus buscam a redução das penas, argumentando que o acórdão do STF não considerou argumentos centrais apresentados durante o julgamento. O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, foi o único a não recorrer após firmar um acordo de delação premiada, recebendo a pena mais branda de 2 anos em regime aberto.

Caberá aos ministros decidir sobre a admissão ou rejeição dos embargos. Embora esse procedimento seja padrão no STF, raramente altera o mérito das condenações. Existe também a possibilidade de embargos infringentes, que só são aceitos quando há pelo menos dois votos divergentes, o que não se aplica ao caso de Bolsonaro, já que apenas o ministro Luiz Fux votou pela sua absolvição.

No entanto, as defesas podem insistir na ausência de previsão legal para limitar o número mínimo de votos divergentes, o que poderia gerar uma discussão regimental sobre a validade dessa regra.

Composição e Contexto das Condenações

O núcleo 1 foi condenado por crimes como tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. Os votos que levaram à condenação foram proferidos pelos ministros Alexandre de Moraes (relator), Flávio Dino, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin, então presidente da 1ª Turma. O ministro Luiz Fux divergiu, propondo a absolvição de Bolsonaro e outros seis réus, mantendo a Punição apenas de Mauro Cid e Walter Braga Netto.

Os condenados no núcleo 1 incluem: Jair Bolsonaro, Alexandre Ramagem, Almir Garnier, Anderson Torres, Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira e Walter Braga Netto.

Ex-presidente Jair Bolsonaro em evento nos Estados Unidos.
Jair Bolsonaro em evento nos Estados Unidos.

Próximas Etapas no STF e Mudanças na Corte

A 1ª Turma do STF também tem planos de concluir os julgamentos dos quatro núcleos da denúncia ainda em 2025. As sessões do núcleo 3 estão agendadas para novembro, e as do núcleo 2 para dezembro. Este cronograma evidencia o esforço do Supremo em finalizar a análise criminal dos atos antidemocráticos até o final do ano, consolidando as responsabilidades individuais pela tentativa de golpe.

A recente movimentação do ministro Luiz Fux para a 2ª Turma do STF pode impactar o julgamento desses casos. Fux foi o único a votar pela absolvição de Bolsonaro, e sua saída da turma pode influenciar o equilíbrio interno do colegiado, que agora conta com uma maioria de ministros alinhados ao entendimento do relator, Alexandre de Moraes.

Carlos Bolsonaro em evento oficial.
Carlos Bolsonaro participa de evento oficial.

Fonte: InfoMoney

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