STF julgará recursos de Bolsonaro sobre trama golpista em novembro

STF julgará recursos de Jair Bolsonaro e outros réus da trama golpista em novembro. Entenda os detalhes e as penas aplicadas.
trama golpista STF Bolsonaro — foto ilustrativa trama golpista STF Bolsonaro — foto ilustrativa

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) analisará os recursos apresentados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e outros seis réus do chamado ‘núcleo crucial’ da trama golpista. O julgamento ocorrerá em formato de plenário virtual entre os dias 7 e 14 de novembro. O plenário virtual é um sistema eletrônico onde os ministros incluem seus votos sem a necessidade de uma sessão presencial. A decisão foi formalizada pelo relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, no sistema do STF.

A Primeira Turma é composta pelos ministros Flávio Dino (presidente), Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin. Anteriormente, o ministro Luiz Fux havia solicitado a transferência para a Segunda Turma, pedido este aceito pelo presidente do STF, Edson Fachin, mas ainda não há confirmação sobre sua participação ou manifestação nos recursos em questão.

Jair Bolsonaro, Walter Braga Netto, Augusto Heleno, Anderson Torres, Alexandre Ramagem, Almir Garnier Santos e Paulo Sérgio Nogueira, réus no caso da trama golpista.
Ministros e ex-ministros são réus em processo sobre tentativa de golpe de Estado.

Fim do prazo para recursos e alegações da defesa

O prazo final para que os condenados apresentassem seus recursos expirou nesta segunda-feira (27). Dentre os oito sentenciados, apenas o tenente-coronel Mauro Cid não recorreu, após garantir os benefícios de seu acordo de delação premiada, que resultou em uma pena de 2 anos de Prisão. O caso de Cid pode ter trânsito em julgado declarado em breve.

As defesas dos réus protocolaram os embargos de declaração, um tipo de recurso que busca esclarecer omissões e contradições nos votos proferidos pela Primeira Turma. Embora não altere a condenação em si, este recurso pode levar a uma redução nas penas aplicadas.

A Defesa de Bolsonaro alega que o julgamento cerceou o direito de defesa, utilizou uma delação premiada ‘viciada’ e que houve erro jurídico na aplicação das penas. Segundo os advogados, o STF não deveria ter condenado o ex-presidente pelos atos de 8 de janeiro, argumentando que ele já havia deixado a Presidência e o país, e que a incitação a crimes multitudinários não poderia ser atribuída a ele. A defesa também questiona os cálculos que levaram à pena de 27 anos e 3 meses de prisão para Bolsonaro.

Penas aplicadas pela Primeira Turma do STF

Em setembro, a Primeira Turma do STF decidiu, por 4 votos a 1, que Bolsonaro liderou uma organização criminosa com o objetivo de mantê-lo no poder após a derrota eleitoral. As penas aplicadas foram:

  • Jair Bolsonaro: 27 anos e 3 meses de prisão em regime fechado e 124 dias-multa.
  • Walter Braga Netto: 26 anos e 6 meses de prisão em regime fechado e 100 dias-multa.
  • Anderson Torres: 24 anos de prisão em regime fechado e 100 dias-multa.
  • Almir Garnier: 24 anos de prisão em regime fechado e 100 dias-multa.
  • Augusto Heleno: 21 anos de prisão em regime fechado e 84 dias-multa.
  • Paulo Sérgio Nogueira: 19 anos de prisão em regime fechado e 84 dias-multa.
  • Alexandre Ramagem: 16 anos, 1 mês e 15 dias de prisão em regime fechado e 84 dias-multa.
  • Mauro Cid: 2 anos em regime aberto, com benefícios da delação premiada.

Após a análise destes recursos, as defesas ainda podem apresentar um segundo embargo de declaração. Caso este seja considerado protelatório, o STF pode determinar a execução imediata das penas.

Fonte: G1

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