Roberto Campos Neto, ex-presidente do Banco Central e atual vice-chairman do Nubank, declarou que o episódio envolvendo o Banco Master não configura um risco sistêmico para o setor financeiro brasileiro. Ele minimizou os efeitos da situação, apontando um consenso sobre a ausência de perigos em larga escala.
Imagem do Sistema Financeiro em Risco
“Tem um consenso grande de que não há um risco sistêmico”, afirmou Campos Neto em Entrevista à Globo News. “Tem um risco, sim, de imagem. É preciso preservar a imagem do sistema. O Banco Central tem feito uma análise correta sobre o tema”, acrescentou, enfatizando a necessidade de proteger a reputação do mercado financeiro.
Negociações e Análise do Banco Central
Campos Neto revelou que tomou conhecimento das negociações entre o Banco de Brasília (BRB) e o Banco Master através da imprensa. Ele esclareceu que tal transação não foi debatida durante sua gestão no comando do Banco Central. Recentemente, o BC reprovou o negócio por considerar que a proposta carecia de viabilidade econômica. Atualmente, o Banco Master, sob a Liderança de Daniel Vorcaro, busca se capitalizar em meio às incertezas.
Fintechs e o Sistema Financeiro Amplo
Abordando os recentes casos de envolvimento de instituições financeiras da Faria Lima com atividades criminosas, o ex-banqueiro central comentou a Operação Carbono Oculto. Segundo ele, a operação investigou quatro fintechs entre as 42 empresas sob escrutínio.
“Não é que seja um problema das fintechs. É um problema do sistema financeiro”, ressaltou. “Temos 1.728 fintechs no Brasil e tivemos problemas com muito poucas”, disse, contextualizando que as ocorrências são isoladas dentro do vasto universo de empresas inovadoras no país.
Fonte: Estadão