Campos Neto: “Fintechs pagam mais impostos que grandes bancos”

Roberto Campos Neto, vice-presidente do Nubank, desmente que fintechs pagam menos impostos que grandes bancos, chamando a ideia de “fantasiosa”. Entenda os dados.
Roberto Campos Neto, ex-presidente do Banco Central e atual vice-presidente do Nubank, defende fintechs contra narrativas de menor tributação. Roberto Campos Neto, ex-presidente do Banco Central e atual vice-presidente do Nubank, defende fintechs contra narrativas de menor tributação.

Roberto Campos Neto, ex-presidente do Banco Central e atual vice-presidente do Nubank, rebateu a narrativa de que fintechs pagam menos impostos e são menos reguladas que os grandes bancos, classificando-a como “fantasiosa”. Em Entrevista, ele defendeu o papel crucial das fintechs na democratização do acesso a serviços financeiros e na redução da concentração bancária no Brasil.

A Disputa Regulatória e Tributária

O debate sobre a equiparação de regras e tributos entre bancos e fintechs ganhou força com a tramitação da Medida Provisória (MP) 1.303, que buscava, entre outras coisas, aumentar a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) das fintechs. Enquanto os bancos defendiam a equivalência tributária, as fintechs argumentavam que já arcam com uma carga efetiva mais alta.

Impacto das Fintechs na Bancarização

Campos Neto ressaltou que o número de contas bancárias no país dobrou nos últimos cinco anos, saltando de 80 para 160 milhões, com cerca de 50 milhões de novos bancarizados. Ele destacou a expressiva contribuição das fintechs nesse avanço, que levou à redução da concentração de crédito dos quatro maiores bancos de 82% para 57%.

Roberto Campos Neto, ex-presidente do Banco Central e atual vice-presidente do Nubank, defende fintechs.
Roberto Campos Neto defende as fintechs e critica narrativas sobre impostos.

Tributação Efetiva: Fintechs Pagam Mais

Contrariando a percepção de menor carga tributária, Campos Neto apresentou dados indicando que, em 2023, as fintechs pagaram 36,5% sobre o lucro, contra 8,9% dos grandes bancos. Em 2024, essa proporção foi de 29,7% para fintechs e 12,2% para bancos. Ele defende a adoção de uma taxa mínima para todos os participantes do sistema financeiro, buscando maior Justiça fiscal.

Combate às Fraudes e Contexto Político

Abordando o tema das fraudes, Campos Neto minimizou a ideia de que o problema seja inerente às fintechs, citando que na Operação Carbono Oculto, apenas quatro de 42 empresas investigadas eram fintechs. Ele também negou que exista má vontade do Governo Lula com o setor por conta de sua ligação com o Nubank, argumentando que a agenda de aumento de impostos por parte da Febraban é anterior à sua entrada na empresa.

Perspectivas Futuras

Questionado sobre uma possível incursão na política em 2026, Campos Neto reiterou seu foco em seu trabalho no Nubank, especialmente com a expansão para os Estados Unidos. Ele expressou satisfação com os desafios atuais e descartou pretensões políticas.

Fonte: Valor Econômico

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