Argentina: Eleições Testam Apoio a Milei e Futuro das Reformas

Os argentinos foram às urnas neste domingo para eleições legislativas que servirão como um importante teste para o apoio às reformas de livre Mercado e às medidas de austeridade implementadas pelo presidente Javier Milei. O resultado definirá se ele terá o respaldo necessário no Congresso para dar continuidade à sua agenda econômica.

O partido La Libertad Avanza, de Milei, busca ampliar sua pequena representação parlamentar. O objetivo é fortalecer a Confiança dos investidores na visão do presidente para a economia argentina.

Contexto Político e Objetivos Eleitorais

Metade da Câmara dos Deputados (127 assentos) e um terço do Senado (24 assentos) estão em jogo nesta votação de meio de mandato. Atualmente, o movimento peronista detém a maior minoria em ambas as casas, enquanto o partido de Milei possui apenas 37 deputados e seis senadores. A meta do Governo é conseguir mais de 35% dos votos, o que poderia facilitar alianças e a aprovação de medidas cruciais.

A expectativa é que os resultados comecem a ser divulgados a partir das 21h (horário de Brasília). O próprio Milei votou em Buenos Aires, acenando para apoiadores, mas sem fazer declarações.

Opiniões Divididas sobre o Governo Milei

Nas ruas, o sentimento é misto. Alguns eleitores expressam apoio à visão de mudança profunda de Milei. “Milei está arriscando tudo por uma mudança profunda e precisa de apoio porque não é uma tarefa fácil depois de anos de populismo”, declarou Cecilia Juarez, estudante universitária de 22 anos. Por outro lado, há preocupações com o ritmo da recuperação econômica. “O crescimento econômico está muito lento, não sei quando conseguiremos ser um país de primeiro mundo”, comentou Silvio Caballero, professor universitário de 54 anos.

A popularidade de Milei tem sido afetada nos últimos meses, apesar de sucessos como a redução da inflação mensal e a obtenção de um superávit fiscal. Cortes nos gastos públicos e um escândalo de corrupção envolvendo sua irmã, que atua como chefe de gabinete, geraram frustração. “O ajuste de Milei foi feito com traição e crueldade. Eles desfrutam de cada vítima dos cortes”, criticou Axel Kicillof, governador da província de Buenos Aires.

Impacto Econômico e Futuro Próximo

A Casa Branca e investidores estrangeiros observam atentamente o cenário argentino. O governo de Milei conseguiu reduzir a inflação mensal e obter um superávit fiscal, além de aprovar medidas de desregulamentação. No entanto, uma possível desvalorização do peso após os resultados eleitorais é prevista por analistas, caso o partido de Milei tenha um desempenho abaixo do esperado, o que poderia forçar um ajuste mais acentuado na política cambial.

Após a eleição, especula-se sobre uma possível mudança no gabinete, com a inclusão de membros do partido centrista PRO, aliado frequente do governo. A saída do ministro das Relações Exteriores, Gerardo Werthein, já sinaliza possíveis reconfigurações.

Fonte: InfoMoney