A recente reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-presidente Donald Trump, ocorrida na Malásia, gerou intensas repercussões nas redes sociais, dividindo opiniões entre aliados do Governo e a oposição. Enquanto membros do governo brasileiro celebraram o encontro como um marco para a retomada do diálogo com os Estados Unidos, políticos ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro utilizaram a oportunidade para ironizar a aproximação, destacando menções de Trump ao antigo mandatário brasileiro.
Ironia da Oposição e Aliados de Bolsonaro
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) foi um dos primeiros a reagir, compartilhando um vídeo em que Donald Trump expressa ter um apreço por Jair Bolsonaro. Em sua postagem, Eduardo Bolsonaro questionou o que poderia ter sido discutido “a portas fechadas”, insinuando que a figura do ex-presidente teria sido um ponto de desconforto para Lula durante a conversa. A publicação recebeu apoio do vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), evidenciando a estratégia da ala bolsonarista de explorar o evento para provocar o atual governo.
Comemoração do Governo e Aliados
Por outro lado, o encontro foi visto pelo governo brasileiro como um passo positivo para fortalecer as relações diplomáticas. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, ressaltou que “o Brasil retoma o diálogo com o mundo sob a liderança de um verdadeiro estadista”, em clara referência a Lula. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, também manifestou otimismo com a reunião. O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, elogiou a iniciativa de ambos os líderes, enfatizando que o diálogo e a diplomacia “voltaram a ocupar o centro das relações entre Brasil e Estados Unidos”. Lira declarou ainda que a Câmara está “à disposição da diplomacia brasileira, votando temas importantes e comprometida em servir ao País”, buscando um tom conciliador em um cenário político polarizado.
Contexto da Reunião e Pauta Bilateral
O encontro entre Lula e Trump ocorreu em paralelo à Cúpula de Líderes da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean), em Kuala Lumpur. Entre os tópicos centrais da pauta bilateral estavam o imposto de 50% sobre produtos brasileiros exportados para os EUA e as sanções impostas a autoridades brasileiras. Donald Trump sinalizou a possibilidade de revisar essas medidas, condicionando a decisão ao andamento das negociações entre os dois países. O chanceler Mauro Vieira informou que não havia assuntos proibidos e que Lula reiterou seu pedido pela revisão das tarifas. A expectativa é que uma resposta sobre a trégua nas taxações durante o período de negociações possa surgir ainda nos próximos dias.
Fonte: Estadão