Lula e Trump: Cronologia da Relação e Guerra Tarifária

Cronologia detalhada da relação entre Lula e Trump, focando na guerra tarifária, trocas de farpas e tentativas de aproximação diplomática entre Brasil e EUA.
Lula e Trump — foto ilustrativa Lula e Trump — foto ilustrativa

O relacionamento entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, marcado por tensões diplomáticas e tarifas comerciais, culminou em um encontro bilateral em Kuala Lumpur, Malásia. O Brasil busca a reversão das tarifas impostas pelos Estados Unidos, um ponto central nas negociações entre os dois líderes.

Guerra Tarifária Inicia com Aço e Alumínio

Em 10 de fevereiro de 2025, Donald Trump impôs tarifas de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio provenientes do Brasil. Esta medida marcou o início de um período de atrito comercial entre as duas nações.

Reações e Críticas entre Presidentes

A resposta brasileira não tardou. Em 22 de fevereiro de 2025, durante uma festa de aniversário do PT, Lula criticou Trump, afirmando que o republicano não foi eleito para ser o “xerife do mundo”, mas sim para governar os Estados Unidos. Em 11 de março, Lula reforçou a necessidade de respeito nas relações internacionais, declarando que aprendeu a “não ter medo de cara feia” e que o diálogo deve ser feito “com respeito”.

Em 27 de março, Lula indicou que o Brasil recorreria à Organização Mundial do Comércio (OMC) e, se necessário, sobretaxaria produtos americanos em retaliação à tarifa de 25% sobre o aço brasileiro, invocando o princípio da reciprocidade.

Presidente Lula discursando na Assembleia-Geral da ONU.
Presidente Lula discursando na Assembleia-Geral da ONU.

Escalada de Tensão e Retaliação

A tensão aumentou em 7 de julho de 2025, quando Trump publicou mensagens defendendo Jair Bolsonaro e acusando o Brasil de “perseguição política”. Lula reagiu em nota, afirmando que não aceitava interferências nas políticas internas do Brasil, pois o país é soberano.

Em 9 de julho, Trump anunciou formalmente uma tarifa de 50% sobre todas as exportações brasileiras para os EUA a partir de 1º de agosto, alegando “caça às bruxas” contra Bolsonaro e “ataques insidiosos do Brasil às eleições livres”. Lula classificou as ameaças como “chantagem inaceitável” em 18 de julho.

No final de julho, em 30 de julho de 2025, Trump assinou um decreto implementando uma tarifa adicional de 40% sobre produtos brasileiros, elevando a sobretaxa total para 50%. O decreto previa quase 700 exceções, livrando 43% do valor dos itens exportados, como derivados de petróleo e suco de laranja, mas incluindo carnes e café.

Tentativas de Aproximação e Negociação

Em 1º de agosto, Trump declarou que Lula poderia ligar a qualquer momento para discutir tarifas, embora criticasse as ações do governo brasileiro. Em 14 de agosto, Trump rotulou o Brasil como um “parceiro comercial ruim”, mas o Brasil mantinha um déficit comercial com os EUA há 17 anos.

Um avanço ocorreu em 5 de setembro de 2025, quando Trump retirou a tarifa de 10% sobre a celulose importada, beneficiando a indústria brasileira.

Presidentes Lula e Trump em encontro diplomático.
Presidentes Lula e Trump em encontro diplomático.

Em 23 de setembro, Lula e Trump tiveram um breve e amistoso encontro na Assembleia-Geral da ONU. Trump comentou que tiveram uma “excelente química”, e Lula, em 24 de setembro, também elogiou a sintonia, chamando Trump de “simpático” e ressaltando a importância da “química” nas relações.

O ápice das negociações ocorreu em 6 de outubro de 2025, com uma videoconferência de 30 minutos. Lula pediu a retirada do tarifaço e de medidas restritivas contra autoridades brasileiras. Trump descreveu a reunião como “muito boa” e projetou que os países “vão se dar muito bem juntos”, combinando um encontro presencial.

Fonte: Folha de S.Paulo

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