Uma aparente gafe do presidente do MDB de Minas Gerais, o deputado federal Newton Cardoso Jr., durante um evento em Juiz de Fora, levantou especulações sobre o posicionamento do partido na eleição presidencial de 2026. Ele declarou o apoio da sigla a Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) como candidato a presidente, informação que foi rapidamente corrigida pela assessoria do parlamentar, que atribuiu o ocorrido a um “equívoco de leitura” de uma mensagem.
A declaração, mesmo que retificada, ecoou uma fala anterior do presidente nacional do MDB, Baleia Rossi, que havia anunciado o apoio do partido a Tarcísio. Contudo, a referência de Rossi era à reeleição de Tarcísio ao governo de São Paulo, como um gesto de retribuição ao apoio do governador à candidatura de Ricardo Nunes (MDB) à prefeitura paulistana.
Divisões internas no MDB e as estratégias para 2026
A situação evidencia a tradicional divisão interna do MDB em relação às eleições nacionais. Atualmente, a legenda tem buscado liberar os diretórios Estaduais para definirem suas alianças regionais. Enquanto diretórios do Norte e Nordeste sinalizam apoio à reeleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com o objetivo de emplacar o vice na chapa petista, alas do Sudeste e Sul preferem se posicionar na oposição ao Governo federal. Há, inclusive, defensores da ideia de lançar candidatura própria, uma estratégia semelhante à adotada com Simone Tebet em 2022.
O jogo político por trás do apoio a Tarcísio de Freitas
A posição do MDB mineiro, especialmente sob a liderança de Newton Cardoso Jr., pode ser interpretada como um indicativo de um alinhamento crescente com candidaturas de oposição no Sudeste. A relação com Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, e o prefeito Ricardo Nunes, ambos do MDB, cria um cenário complexo para as articulações nacionais. A possibilidade de um apoio mais amplo a Tarcísio no Planalto em 2026, embora retificada no momento, reflete as tensões internas e as diferentes visões estratégicas dentro do partido para o próximo ciclo eleitoral.
Fonte: Estadão