O Grupo Madero reverteu o prejuízo de R$ 2,3 milhões no terceiro trimestre de 2025 (3T25), registrando um lucro líquido de R$ 13,2 milhões. A Receita líquida apresentou um crescimento de 2,3%, totalizando R$ 489 milhões.
Um dos fatores de destaque no trimestre foi a estratégia de conversão de unidades para o formato “Híbrido Madero & Jerônimo”. Este modelo de negócio registrou um aumento de 19,5% na receita líquida e de 16,6% nas Vendas nos Mesmos Restaurantes (SSS), quando comparado ao mesmo período do ano anterior.
A iniciativa surgiu a partir da unidade Ecoparada Madero Castelo Branco, que integra diversas Marcas do grupo em um espaço amplo, similar a uma praça de alimentação. A administração do Madero identificou a oportunidade de expandir negócios em estruturas já existentes. Atualmente, 57 restaurantes operam neste formato híbrido.
Junior Durski, CEO do Grupo Madero, ressalta que essa conversão não implica em migração automática de todos os estabelecimentos para o modelo híbrido. Em entrevista ao InfoMoney, o executivo afirmou que a avaliação é rigorosa, desde a fase de implementação até a operação contínua, para assegurar a sustentabilidade da hibridez na unidade escolhida.
Durski exemplificou que em algumas lojas híbridas, observou-se uma preferência do consumidor por produtos da marca Jerônimo, mais focada em fast-food, em detrimento de itens Madero, o que poderia impactar negativamente o ticket médio. Nesses casos, o modelo é reavaliado para otimizar tanto a receita quanto a manutenção da qualidade.
Verticalização e controle de custos
Ariel Szwarc, diretor financeiro do Grupo, destaca o modelo de negócio verticalizado, onde o Madero produz seus próprios ingredientes. A empresa opera como uma plataforma integrada, com sua cozinha central no Paraná. Esse modelo assegura a operação em mais de 330 restaurantes, com entregas realizadas por frota própria e sem Custos de royalties.
Entre os resultados positivos do trimestre, Szwarc menciona a redução da dívida líquida para R$ 741 milhões, uma queda de quase 25% em relação ao ano anterior. Com essa diminuição, a alavancagem do Grupo atingiu 1,69 vez a dívida líquida sobre o Ebitda, o menor patamar dos últimos anos. O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda) ajustado cresceu 3,4%, alcançando R$ 139 milhões, com uma margem Ebitda ajustada de 21%.
Nova liderança financeira e estratégia de expansão
A partir do quarto trimestre, o Grupo Madero contará com Bruno Gentil como novo CFO. Gentil possui mais de 10 anos de experiência na Tim Brasil e descreveu a transição como “tranquila, mas dinâmica”, refletindo a cultura do Madero. Ele expressou otimismo em contribuir para a melhoria de processos através da tecnologia e na continuidade da trajetória positiva da rede.
Ariel Szwarc permanecerá no grupo como Presidente do Conselho de Administração e acionista. “Após 10 anos dedicados à área financeira, passo a atuar como Presidente do Conselho e sigo como acionista minoritário da companhia, com o compromisso de continuar contribuindo para o futuro do Grupo Madero”, declarou Szwarc.
Novidade no cardápio: Empanadas
Para o quarto trimestre, período tradicionalmente mais forte para o Grupo, Junior Durski resgatou receitas familiares para introduzir empanadas no cardápio. A nova linha de produtos será lançada em 25 de novembro. Durski mencionou que o sabor de frango foi o mais desafiador de desenvolver, por se tratar de uma proteína menos comum nos menus tradicionais do grupo, inspirando-se em um empadão de sua mãe.
Serão lançados quatro sabores: chourizo, cordeiro uruguaio, frango com palmito e queijo com cebola. Durski ressalta que as empanadas são ideais para o delivery, mantendo-se aquecidas por até 40 minutos e crocantes após saírem do forno.
O delivery é um pilar estratégico para o Grupo. Para 2026, Durski antecipa a abertura de “dark kitchens” da marca Jerônimo. Essas cozinhas focadas exclusivamente em delivery visam reduzir o tempo de entrega ao consumidor. A seleção criteriosa de serviços de entrega, incluindo entregadores dedicados, é uma prioridade para garantir que os pedidos cheguem em perfeitas condições.
Essas iniciativas preparam o Madero para os desafios de 2026. Durski prevê um ano economicamente desafiador para o consumo, com juros elevados e eleições presidenciais. “Desde o início de 2025, vemos um Mercado muito desafiador, que deve se estender em médio e longo prazo, em decorrência da contínua pressão inflacionária”, afirmou.
Fonte: InfoMoney