COP-30: Empresas Buscam Captar Recursos para Projetos Verdes no Brasil

Setor privado brasileiro busca captar investimentos para projetos verdes e de bioeconomia durante a COP-30 no Pará. Entenda as iniciativas.
COP-30 projetos verdes — foto ilustrativa COP-30 projetos verdes — foto ilustrativa

A próxima COP-30, que ocorrerá em novembro em Belém, não será apenas um palco para negociações diplomáticas sobre o aquecimento global. Representantes do setor privado brasileiro planejam aproveitar a visibilidade internacional do evento para atrair investimentos para projetos de sustentabilidade.

Um exemplo é a Natura, que apresentará seu modelo de produção agroflorestal de óleo de palma (dendê). O objetivo é encontrar parceiros para expandir a iniciativa e incentivar a adoção de práticas similares em outros países. Tradicionalmente associado ao desmatamento, o cultivo de palma em sistemas agroflorestais, conforme desenvolvido pela Natura em Parceria com a Cooperativa Agrícola Mista Tomé-Açu (PA) e a Embrapa desde 2007, demonstra viabilidade econômica e ambiental. Este modelo produtivo integra a palma com outras culturas como cacau, açaí e andiroba, recuperando áreas degradadas e elevando a renda dos agricultores.

Atualmente, a iniciativa conta com 16 produtores em 650 hectares, mas a meta é alcançar 12 mil hectares. Para viabilizar essa expansão, a Natura busca financiamento. Uma parceria firmada em setembro com o Banco do Brasil assegurou R$ 50 milhões para facilitar o acesso dos produtores ao crédito, conforme explicou Angela Pinhati, diretora de sustentabilidade da Natura: “Chegando (o recurso) aos produtores, irá auxiliar no custeio das atividades do ciclo produtivo, além de promover investimentos para aumento de produtividade, com recuperação de áreas e aquisição de equipamentos”.

“Na COP, o projeto será apresentado como um modelo de sucesso da sustentabilidade como alavanca de negócio, com foco em seu potencial de servir de influência para outros países”, complementou Pinhati.

Imagem da COP-30 no Brasil
A COP-30 será realizada em Belém, Pará.

Novas Iniciativas de Bioeconomia na Amazônia

Outra entidade que buscará captação de recursos na COP-30 é o Instituto Amazônia 21+, uma iniciativa da Confederação Nacional da Indústria (CNI). O instituto lançará um chamamento específico para o fundo Travessia, voltado ao apoio de micro e pequenos negócios da bioeconomia amazônica, com foco prioritário no Pará.

Anteriormente, o fundo já atraiu 50 empresas de toda a Amazônia Legal em um chamamento anterior, e a meta é atingir R$ 10 milhões. Os recursos oferecem carência mínima de seis meses e não exigem garantias.

Eventos Preparatórios e Foco em Investimento Estrangeiro

Antes mesmo do início oficial da conferência, São Paulo sediará eventos sobre sustentabilidade para o setor privado. O PRI in Person, programado para 4 a 6 de novembro, é um exemplo, com foco em investimento responsável e oportunidades de captação. A gestora de recursos ambientais IWÁ apresentará um fundo de US$ 200 milhões para agricultura regenerativa, com previsão de lançamento para 2026. Este fundo visa investir em assistência técnica para recuperar 100 mil hectares de pastagens degradadas.

Heloisa Baldin, fundadora da IWÁ, destaca que o foco será o investidor estrangeiro, público-alvo do PRI in Person. Ela aponta que a taxa de retorno de 20% em projetos de dez anos pode ser desafiadora para atrair investidores no Brasil, devido à taxa atual da Selic de 15%.

Fonte: Estadão

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