Um grupo de economistas renomados, incluindo os ex-presidentes do Federal Reserve Ben Bernanke e Janet Yellen, solicitou à Suprema Corte dos EUA que anule a maioria das tarifas globais impostas pelo Presidente Donald Trump. Segundo eles, as tarifas foram baseadas em equívocos sobre a economia global.
Tarifas de Trump sob escrutínio econômico
Um parecer apresentado na sexta-feira por quase 50 economistas argumenta que os déficits comerciais entre os EUA e outras nações são esperados e não representam uma ameaça “incomum e extraordinária”, como a administração Trump alegou para justificar a imposição das tarifas sob uma lei de emergência. Os economistas também apontam que as tarifas não conseguirão fechar esses déficits.
A análise destaca que a imposição de tarifas por parte de Trump, que visava proteger a indústria americana e reduzir o Déficit comercial, tem gerado controvérsias significativas no âmbito econômico e jurídico. A opinião de figuras proeminentes como Bernanke e Yellen adiciona peso à argumentação contra a política tarifária.
Impacto e fundamentação das tarifas
As tarifas globais de Trump foram implementadas com base na Seção 232 da Lei de Comércio de 1962, que permite ao presidente impor tarifas em bens que afetam a segurança nacional. No entanto, a justificativa de “ameaça incomum e extraordinária” para justificar as tarifas sobre aço e alumínio de países aliados tem sido amplamente contestada.
Para economistas como Bernanke e Yellen, a interconexão da economia global moderna significa que os déficits comerciais são um resultado natural de forças de Mercado e fluxos de capital, e não um sinal de fraqueza econômica nacional que exija medidas protecionistas drásticas. A estratégia de Trump busca um reequilíbrio comercial que, segundo esses especialistas, ignora a complexidade das relações econômicas internacionais.
Análise sobre déficits comerciais
O argumento central do grupo de economistas é que os déficits comerciais não são um indicador isolado da saúde econômica de um país. Eles são influenciados por uma série de fatores, incluindo taxas de câmbio, poupança, investimento e políticas fiscais. Impor tarifas punitivas, argumentam, é uma abordagem simplista que ignora essas dinâmicas mais amplas.
Bernanke, em particular, tem histórico de enfatizar a importância da estabilidade econômica global e do livre comércio como pilares do crescimento. Sua participação nesse parecer ressalta uma preocupação generalizada entre os economistas sobre os efeitos potencialmente desestabilizadores das políticas tarifárias unilaterais.
Fonte: Bloomberg