O juiz federal Eduardo Appio, conhecido por suas críticas à Operação Lava Jato, Sérgio Moro e Deltan Dallagnol, está sob investigação por uma ocorrência inusitada: a suposta tentativa de furto de três garrafas de champanhe francesa Möet&Chandon em um supermercado em Blumenau, Santa Catarina. Cada garrafa pode custar até R$ 500.
Appio declarou ao Estadão: ‘Não sei de nada. Meu advogado vai explicar esse mal entendido.’ O caso ocorreu na quarta-feira, 22, e câmeras de segurança teriam registrado a ação. A Polícia Civil de Santa Catarina notificou o Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF4), onde o juiz atua, sobre os detalhes da ocorrência. Por se tratar de um magistrado, os procedimentos tramitarão sob sigilo.
O TRF4 informou que não se manifestará sobre o caso ‘por ora’.
O Sucessor de Moro na Lava Jato
Eduardo Appio ganhou notoriedade ao assumir a 13.ª Vara Federal Criminal de Curitiba, a mesma que foi comandada por Sérgio Moro, hoje senador. Ao herdar processos remanescentes da Lava Jato, Appio fez fortes acusações à atuação de Moro e do ex-procurador Deltan Dallagnol.
Ele é autor do livro ‘Tudo por dinheiro: a ganância da Lava Jato’, onde narra suas Críticas e experiências. No livro, Appio descreve os membros da Lava Jato no TRF-4 como uma ‘verdadeira rede, quase como uma organização criminosa’.
A obra, que mistura relatos biográficos e análises jurídicas, detalha a discordância de Appio com os métodos da operação. Um capítulo inteiro é dedicado a Sérgio Moro, com o título ‘Como Moro politizou o Judiciário’, abordando desde seu estilo de vestimenta até sua tese de doutorado.
Appio também criticou a gestão de processos por Moro, descrevendo o acervo como um ‘verdadeiro cipoal’ e sugerindo que a desorganização poderia ter sido intencional para ‘atender a interesses pessoais’.
Reação de Sérgio Moro
Em resposta às críticas contidas no livro de Appio, Sérgio Moro declarou ao Estadão, na época do lançamento da obra, que a opinião de Appio ‘não tem credibilidade’. Moro classificou o comportamento do juiz como ‘extravagante’, revelando ‘no mínimo Falta de caráter e desequilíbrio mental’.
Fonte: Estadão