Haddad: “Prefiro gastar demais a ser chamado de caloteiro”

Ministro Fernando Haddad declara preferência por gastar mais a ser visto como “caloteiro”, defendendo a gestão fiscal sustentável do governo Lula.
Haddad caloteiro — foto ilustrativa Haddad caloteiro — foto ilustrativa

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta sexta-feira (24) que o Governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva repudia o “calote” nos precatórios, herdado do governo anterior, e declarou preferir a pecha de “quem gastou demais” a ser rotulado como “caloteiro”.

Durante um seminário sobre precatórios, Haddad destacou que o Executivo busca resolver o problema fiscal de forma sustentável e ressaltou que a União solicitou exclusão de uma emenda constitucional que impõe limites de pagamento de precatórios por estados e municípios.

Precatórios Federais: Posição do Governo

“A única participação da Fazenda foi pedir para não mexer nos precatórios federais. Ou seja, nós repudiamos o calote que foi dado no governo anterior e não queremos seguir esse caminho”, declarou o ministro. Ele acrescentou que a União “tem a capacidade de financiamento que os entes federados não têm”.

A emenda constitucional em questão, classificada por Haddad como “ilegal, inconstitucional e irracional”, está sob análise do Supremo Tribunal Federal (STF) através de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade movida pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

Fernando Haddad durante evento em São Paulo
Ministro Fernando Haddad discursa em seminário sobre precatórios.

Acúmulo de Passivos e Medidas do Governo Lula

Em 2021, durante o governo Bolsonaro, o Congresso Nacional aprovou uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que limitava o pagamento de precatórios federais até 2026, resultando em um considerável acúmulo de passivos. No final de 2023, o governo Lula editou uma medida provisória, abrindo crédito extraordinário para quitar os precatórios atrasados, sem impactar as regras fiscais vigentes.

Detalhe de documento relacionado a precatórios
Documentação de precatórios em análise.

Equilíbrio Fiscal Sustentável e Ética Profissional

Haddad defendeu o equilíbrio fiscal, mas enfatizou que ele deve ser alcançado de maneira sustentável e em conformidade com a Constituição e decisões judiciais. “Resolver o problema fiscal desse jeito, qualquer um resolve. Tem que resolver o problema fiscal de maneira sustentável, e é o que nós estamos procurando fazer”, afirmou. Ele reiterou sua postura: “As pessoas não tiram da minha conta o que eu paguei da gestão anterior, colocam na minha conta. Mas eu paguei uma dívida do governo anterior que tinha que ser paga. Eu prefiro ficar com a pecha de quem está gastando demais do que com a pecha de caloteiro, é assim que eu funciono”.

O ministro também criticou a atuação de alguns advogados, mencionando denúncias frequentes de litigância de má-fé por profissionais que buscam benefícios indevidos para seus clientes. “Precisamos zelar pela coisa pública pelos dois lado, não adianta só culpar o Estado”, concluiu.

Fonte: G1

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