A Usiminas (USIM5) divulgou seus resultados do terceiro trimestre de 2025 nesta sexta-feira (24), apresentando números mistos que dividiram analistas. Apesar de dados abaixo do consenso em algumas métricas, a geração de caixa das operações superou as expectativas do Mercado.
As ações da companhia registraram uma queda de 7,65%, sendo negociadas a R$ 4,59 por volta das 11h38 (horário de Brasília) no dia da divulgação do balanço.
A linha de caixa das operações atingiu R$ 878 milhões, um valor significativamente superior aos R$ 707 milhões projetados pelo consenso de mercado. O Morgan Stanley atribuiu essa performance à liberação de capital de giro acima do previsto, o que ajudou a compensar uma leve defasagem no Lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda).
“A geração de fluxo de caixa livre (FCF) foi forte, impulsionada pela liberação de capital de giro e menor execução de CAPEX (que provavelmente aumentará no 4T), enquanto os resultados do aço parecem ter atingido um fundo, com estabilidade esperada no 4T e possibilidade de avanço positivo a partir do 1T26”, comentou o Goldman Sachs.
Outro ponto positivo foi a redução da dívida líquida, que caiu para R$ 327 milhões, comparado aos R$ 1,04 bilhão do trimestre anterior. A alavancagem da Usiminas recuou para 0,16 vezes a dívida líquida sobre o Ebitda, ante 0,50 vezes no segundo trimestre.
Desempenho Operacional e Divisões
O desempenho operacional da divisão de aço mostrou melhora, impulsionado por Custos menores, segundo análise do Bradesco BBI. No entanto, o banco ressalta que a comparação com o segundo trimestre já era favorável devido a eventos pontuais. Na mineração, os números ficaram aquém das expectativas, com custos mais altos impactando negativamente o aumento da produção, conforme apontou o JPMorgan.
A XP e o Itaú BBA, por outro lado, indicaram melhora no desempenho de ambas as frentes, aço e mineração.
O Ebitda Ajustado da Usiminas ficou em R$ 434 milhões (+6% t/t e +2% a/a), ligeiramente abaixo do projetado por alguns analistas, com o custo de mercadorias vendidas (CMV) maior citado como um dos fatores principais, apesar da receita ascendente e despesas administrativas menores.
O lucro ajustado por ação apresentou um resultado negativo de R$ 1,68, impactado por despesas tributárias elevadas.
Em termos operacionais, os volumes de aço atingiram 1.104 mil toneladas e os de minério de ferro, 2.503 mil toneladas, ambos acima das projeções de analistas.
Perspectivas para o 4T25
Apesar dos dados neutros no 3T25, que apresentaram um equilíbrio entre métricas fracas e fortes, o Morgan Stanley projeta uma elevação para o consenso de Ebitda da Usiminas. Há também expectativas positivas para o custo de mercadorias vendidas (COGS) por tonelada, devido à queda nos preços de matérias-primas e ganhos de eficiência operacional.
A XP e o Itaú BBA antecipam um cenário marginalmente positivo para o quarto trimestre, com a expectativa de que volumes sazonalmente mais baixos sejam compensados por custos reduzidos e preços de aço praticamente estáveis.
Contudo, o Bradesco BBI adota uma visão mais cautelosa, sem prever um panorama de destaque para o 4T25. O banco projeta resultados estáveis para a divisão de aço e identifica o aumento de preços no setor como o principal risco para o cumprimento das metas da empresa.
Para a mineração, o BBI estima que volumes mais fracos possam ser parcialmente atenuados por preços de realização mais altos.
Impacto de Medidas Antidumping
Analistas começam a considerar o impacto potencial de medidas antidumping que podem redefinir o setor siderúrgico e beneficiar a Usiminas. Relatórios recentes indicam que cerca de 75% do portfólio da empresa poderia ser exposto a produtos sujeitos a essas medidas, com potencial de valorização significativa. O Bradesco BBI também destaca o impacto positivo esperado para as ações da USIM5.
O Goldman Sachs sugere que o foco dos investidores pode se voltar para a implementação dessas medidas. O impacto positivo seria mais acentuado devido ao alto grau de alavancagem operacional da companhia e um possível aumento de preços superior a 10%. Uma reação positiva do mercado é esperada caso as medidas sejam implementadas.
Fonte: InfoMoney