João Campos intensifica gestão no Recife de olho na eleição para governador

O prefeito do Recife, João Campos (PSB), iniciou uma nova fase de intensificação na gestão municipal. O objetivo é otimizar os últimos meses à frente da prefeitura antes de renunciar em abril, abrindo caminho para a disputa pelo Governo de Pernambuco em 2026. A estratégia visa consolidar sua imagem e base eleitoral.

Intensificação de Projetos e Entregas

Após a reeleição com expressivos 78% dos votos válidos no primeiro turno em outubro de 2024, aliados indicam que João Campos deu uma trégua na intensidade administrativa. No entanto, a ordem agora é acelerar o lançamento de novos programas e a entrega de obras e serviços até a transição para o vice-prefeito Victor Marques (PC do B), que assumirá o comando em abril.

Para 2026, pesquisas de intenção de voto já apontam João Campos à frente da atual governadora Raquel Lyra (PSD), que buscará a reeleição. O prefeito almeja garantir uma votação robusta na Região Metropolitana do Recife, que representa 42% do eleitorado pernambucano.

Foco em Infraestrutura e Saúde

As prioridades da gestão intensificada incluem áreas cruciais como infraestrutura, saúde e programas sociais. Uma das obras de destaque é o Hospital da Criança do Recife, com inauguração prevista para janeiro. Além disso, uma nova ponte ligando Areias e Imbiribeira, crucial para reduzir o trânsito na capital, e outra sobre o Rio Capibaribe, conectando Cordeiro e Casa Forte, com obras iniciadas em 2025, reforçam o investimento em mobilidade urbana.

Ações Sociais e Transição Administrativa

Na esfera social, a prefeitura lançou um programa de aluguel social para famílias de baixa renda e regulamentará a emissão de carteiras de habilitação gratuitas para este público. Com a transição administrativa se aproximando, João Campos tem delegados funções a Victor Marques, que participou de missão oficial em Medellín, Colômbia, para estudar políticas públicas de mobilidade e Inclusão social.

Articulações Políticas e Eleições Futuras

Politicamente, João Campos equilibra a presidência nacional do PSB com as articulações em Pernambuco. A meta é montar uma chapa majoritária forte para 2026. Nomes como o do senador Humberto Costa (PT) são dados como certos na coligação. A segunda vaga para o Senado é disputada por figuras como Miguel Coelho (União Brasil), Marília Arraes (Solidariedade) e Silvio Costa Filho (Republicanos).

A possibilidade de apoio ao deputado federal Eduardo da Fonte (PP), atualmente aliado de Raquel Lyra, também é considerada, apesar das divergências passadas. A federação União-PP em Pernambuco, presidida por Eduardo da Fonte, sinaliza que estará ao lado do futuro governador.

Outro nome em potencial para a segunda vaga de senador é Anderson Ferreira (PL), ex-prefeito de Jaboatão dos Guararapes. A articulação envolve consolidar forças de PSD, PP-União e PL para obter tempo de propaganda na TV. A situação se complica com a intenção de Gilson Machado (PL) de também concorrer ao Senado, o que pode gerar conflitos dentro da aliança governista.

Fonte: Folha de S.Paulo