Lula e Trump: Reunião confirmada e pontos chave da negociação

Presidente Lula confirma possível reunião com Donald Trump na Malásia. Saiba os pontos chave da negociação sobre comércio, sanções e moeda.
Lula e Trump — foto ilustrativa Lula e Trump — foto ilustrativa

O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou a expectativa de um encontro com o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante coletiva de imprensa em Jacarta, na Indonésia. Lula afirmou que não há assunto proibido para o diálogo entre eles e que a reunião, se concretizada em Kuala Lumpur, na Malásia, será uma oportunidade para discutir pontos importantes para o Brasil. Esta potencial reunião marca um momento significativo após a imposição de tarifas americanas sobre produtos brasileiros.

A pauta da conversa, segundo o presidente, incluirá o comércio bilateral e as sanções impostas pelos EUA a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Lula expressou o desejo de demonstrar, com dados concretos, os equívocos nas taxações aplicadas. O encontro ainda aguarda confirmação oficial dos governos brasileiro e americano, mas faz parte de uma agenda de reuniões bilaterais separadas pelo Itamaraty.

Aproximação diplomática e agenda asiática

A relação entre Lula e Trump tem mostrado sinais de aproximação desde setembro, com interações na Assembleia da ONU e uma ligação telefônica intermediada pelas diplomacias de ambos os países. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, também se reuniu com o Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, fortalecendo os canais de comunicação. Lula está na Malásia para participar da Cúpula da ASEAN, bloco de 10 países do sudeste asiático, após uma passagem pela Indonésia, onde se reuniu com o presidente Prabowo Subianto.

Em declarações à imprensa, Lula reiterou a importância do contato humano em negociações. “Olho no olho, pegar na mão, abraçar a pessoa”, destacou, ressaltando que uma conversa presencial supera a comunicação digital. Ele acredita que o diálogo aberto permitirá resolver divergências e restabelecer a normalidade nas relações entre Brasil e Estados Unidos.

Debate sobre moeda alternativa ao dólar e tensões na Venezuela

Um dos pontos em discussão na negociação com Trump é a proposta de Lula para a adoção de uma moeda alternativa ao dólar em transações comerciais entre os países do BRICS. Assessores teriam aconselhado o presidente a moderar esse debate. Lula defende o multilateralismo e a redução da dependência do dólar nas transações internacionais, defendendo que países como Indonésia e Brasil podem comercializar em suas próprias moedas. O BRICS, que inclui Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul, busca fortalecer laços econômicos entre economias emergentes.

Lula também abordou a questão dos ataques dos EUA a barcos na Venezuela, expressando preocupação com a Falta de um cenário internacional de lei. Ele criticou a justificativa de combater o narcotráfico para justificar ataques e invasões a outros países, argumentando que tais ações devem respeitar as constituições nacionais. Lula afirmou que a intenção de Trump de “apenas matar as pessoas que estão levando drogas para o seu país” demonstra uma lacuna na compreensão da política internacional.

COP 30, Petrobras e transição energética

O presidente defendeu a posição do Brasil como líder em energia renovável e destacou a qualidade de sua gasolina e diesel. Ele mencionou que Belém sediará a COP 30, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, reforçando o compromisso do país com agendas ambientais. Sobre a perfuração na Foz do Amazonas, Lula esclareceu que se trata de uma pesquisa e que a retirada de petróleo é um processo que demanda tempo, assegurando a expertise da Petrobras em evitar danos ambientais.

Lula enfatizou que a transição energética é um desafio global e que é preciso utilizar os recursos do petróleo para consolidá-la. Ele afirmou que a Petrobras está evoluindo de uma empresa de petróleo para uma empresa de energia, buscando fontes mais limpas e sustentáveis.

Fonte: G1

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