Cemig (CMIG4): Análise Completa e Vale a Pena Investir em 2025?

Análise completa das ações da Cemig (CMIG4): veja o desempenho, lucro, dívida, rating e se vale a pena investir em 2025. Descubra os riscos e projeções.
Cemig vale a pena investir — foto ilustrativa Cemig vale a pena investir — foto ilustrativa

As ações da Cemig (CMIG4) apresentaram uma valorização de 10% nos últimos 12 meses, mantendo-se estáveis neste mês. Embora o desempenho na Bolsa de Valores seja positivo, a decisão de investir na companhia requer uma análise aprofundada dos seus números operacionais, que revelam um cenário mais complexo do que a trajetória recente das cotações sugere.

No segundo trimestre deste ano, a Cemig registrou uma Receita líquida de aproximadamente R$ 10,8 bilhões, um aumento de 14% em comparação com o mesmo período do ano anterior. O Ebitda ajustado cresceu 15,4%, atingindo R$ 2,21 bilhões. A alavancagem da empresa permanece controlada, com uma dívida líquida de cerca de R$ 12,2 bilhões e uma relação dívida líquida/Ebitda de 1,6 vez, o que reforça sua atratividade para investidores que buscam empresas com fluxo de caixa previsível.

Gráfico da Bolsa de Valores mostrando negociações em pregão.
Ações da Cemig (CMIG4) têm apresentado desempenho positivo.

Rating Elevado e Projeções de Investimento

Em setembro, a Cemig teve seu rating corporativo e de suas subsidiárias elevado de AA+ para AAA pela Moody’s na escala nacional, a nota máxima que atesta a Confiança na capacidade da empresa de honrar seus compromissos financeiros. Essa elevação segue a mesma linha da Fitch, que já havia realizado o mesmo upgrade em outubro de 2024. Segundo a Moody’s, a gestão financeira prudente, a liquidez confortável e a geração de caixa estável da empresa foram fatores determinantes para essa decisão.

No Investor Day deste ano, a Cemig apresentou um plano de investimentos robusto, projetando R$ 59,1 bilhões entre 2019 e 2029, com uma média de R$ 6 bilhões anuais. Desses, 76% serão destinados à distribuição de energia, setor conhecido por seus retornos mais previsíveis. Especificamente para a distribuição, um plano de R$ 21,9 bilhões está previsto entre 2023 e 2027, triplicando o volume investido no ciclo anterior.

Desafios e Preocupações no Radar da Cemig

Apesar dos números positivos, o lucro líquido da Cemig apresentou uma queda de quase 30% no trimestre. Isso indica que, embora o resultado operacional tenha melhorado, fatores financeiros ou de custo estão impactando o ganho total. Um outro ponto de atenção é a retração de 6,4% na energia distribuída ao segmento cativo, o que analistas atribuem ao enfraquecimento da base de consumo, podendo afetar a rentabilidade futura.

O controle estatal, com o Governo de Minas Gerais como acionista majoritário, adiciona uma camada de complexidade à governança da empresa. Decisões políticas podem influenciar a gestão, especialmente em questões tarifárias, concessões e contratos, que dependem de regulações públicas. Essa dinâmica pode afastar investidores que priorizam total previsibilidade.

A possibilidade de federalização da Cemig voltou à tona neste ano, com o governo de Minas autorizando um estudo para avaliar o uso da empresa na quitação de dívidas com a União. Analistas, contudo, ressaltam que o processo seria complexo e demorado, exigindo aprovações legislativas tanto na Assembleia Legislativa de Minas Gerais quanto no Congresso Nacional. Recentemente, deputados Estaduais aprovaram a autorização para a federalização da MGI, holding da participação da Cemig.

Perspectivas para o 3T25 e Recomendações de Investimento

Especialistas como Angelo Belitardo, da Hike Capital, e Douglas Dias Rodrigues, planejador financeiro, preveem um desempenho moderado da Cemig no terceiro trimestre de 2025, com crescimento concentrado em áreas mais estáveis do negócio. O reajuste tarifário de 7,78% no segmento de distribuição, em vigor desde maio, deve ser um fator positivo.

No entanto, a redução nos volumes de energia, o aumento dos custos operacionais e a exposição a variações de preço no mercado de curto prazo (PLD) limitam o potencial de valorização das ações. Segundo Belitardo, a Hike Capital adota uma visão neutra sobre a Cemig no momento, não sendo uma oportunidade clara de compra nem de venda. Ele sugere que empresas como Equatorial Energia e Energisa podem ser alternativas mais atraentes para quem busca maior potencial de crescimento ou menor risco.

Douglas Dias Rodrigues, por outro lado, vê a Cemig como uma opção para portfólios de médio e longo prazo, especialmente para investidores com tolerância moderada a riscos regulatórios e operacionais. Em uma carteira diversificada, a ação pode contribuir para estabilidade e geração de renda.

Riscos e Preços-Alvo para CMIG4

O Morgan Stanley adota uma recomendação underweight (exposição abaixo da média, equivalente à venda), citando baixas expectativas de dividendos e incertezas sobre a federalização. O banco projeta um rendimento médio de um dígito em proventos entre 2025 e 2027, uma queda em relação aos 15% de 2024.

O Goldman Sachs mantém recomendação de venda (Sell), com preço-alvo de 12 meses de R$ 8,90 por ação. Os principais riscos de alta incluem uma possível federalização, crescimento do PIB e de volumes acima do esperado, melhoria da eficiência e um cenário macroeconômico mais favorável.

A Hike Capital recomenda a manutenção, com preço-alvo entre R$ 11 e R$ 12. Os pontos de atratividade são o múltiplo preço/lucro (P/L) considerado baixo, entre 4 e 5 vezes, e um dividend yield elevado, próximo de 12,2%. Os riscos incluem mudanças regulatórias, redução no volume distribuído, migração de consumidores, aumento de custos operacionais e pressões sobre o resultado financeiro, além de investimentos maiores que o previsto.

Fonte: InfoMoney

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