Prosus lança BDRs no Brasil focada em fundos e rejeita IPOs

Prosus, dona do iFood, lança BDRs no Brasil para investidores locais. Empresa foca em crescimento e sinergias de IA, mas descarta IPOs de suas subsidiárias.
Prosus BDRs Brasil — foto ilustrativa Prosus BDRs Brasil — foto ilustrativa

A gigante europeia de tecnologia Prosus, dona de empresas como iFood e Decolar, anunciou o lançamento de um programa de recibos de ações (BDRs) no Brasil. O objetivo é atender ao apetite de investidores locais por seus ativos, com listagem na B3 a partir da próxima segunda-feira. A Prosus obtém 30% de seu faturamento da América Latina, com 70% gerado no Brasil. No ano fiscal de 2025, a empresa registrou Receita de US$ 6,2 bilhões, um crescimento de 21%.

Diego Barreto, chefe da Prosus na América Latina, explicou que a escolha pelos BDRs, em vez de listagens diretas de suas subsidiárias, visa atender investidores locais com restrições ou limites de alocação em ativos internacionais. Ele ressaltou que não há demanda por capital para abrir o capital das empresas do portfólio, citando o recente fechamento de capital da agência de viagens Despegar.

Foco em Crescimento e Potencial M&A

Barreto afirmou que a Prosus mantém o foco em crescimento orgânico e na construção de negócios. Apesar disso, admitiu que há um “interesse muito grande no setor de vale-alimentação e refeição” e que M&A (fusões e aquisições) é uma possibilidade, mas preferiu não comentar especulações sobre a Alelo. A empresa também busca ampliar seus serviços financeiros no iFood, com licenças já obtidas para contas digitais e empréstimos, com desembolso mensal de R$ 150 milhões. O objetivo não é competir com bancos, mas oferecer opções bancárias dentro do ecossistema do iFood.

Investimento em Inteligência Artificial e Sinergias

A Prosus investe em Inteligência Artificial (IA) para integrar em seus ativos. A companhia desenvolveu um modelo com 32 bilhões de parâmetros, focado inicialmente no iFood, para entender melhor os hábitos de consumo dos usuários. Esse modelo está em treinamento há um ano e meio e será expandido para outras empresas do grupo na América Latina nos próximos 12 meses, com um volume de 10 trilhões de tokens de dados.

Henrique Iwamoto, chefe de investimentos da Prosus para América Latina, destacou que o iFood está na busca por uma terceira onda de sinergias e integrações com outras empresas da Prosus na região. Cinco a oito avenidas de colaboração estão sendo exploradas, com 20 a 40 experimentos em andamento entre os ativos. Exemplos incluem a utilização de um ativo com alta frequência de uso como porta de entrada para outros, a conexão de ativos digitais com uma conta única para reduzir fricção e o uso de empresas como diferencial competitivo.

Além do iFood e Despegar, a Prosus controla plataformas como OLX e Sympla. Iwamoto mencionou que testes envolvendo a Parceria do programa de fidelidade Clube iFood com a Despegar já representam 4% da receita da empresa de viagens.

Gráfico do Ibovespa em alta, indicando o desempenho do mercado financeiro brasileiro.
Ibovespa em alta, refletindo o dinamismo do mercado financeiro.
Sede da B3 em São Paulo, onde são negociadas as ações e BDRs.
B3, a bolsa de valores brasileira.

Fonte: InfoMoney

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