Galípolo: Brasil em processo de desinflação acentuada, mas juros altos

Gabriel Galípolo, presidente do BC, afirma que Brasil vive processo de desinflação acentuada, mas juros altos seguem necessários. Entenda.
processo de desinflação acentuado — foto ilustrativa processo de desinflação acentuado — foto ilustrativa
Diretor de Política Monetária do BC e futuro presidente do banco, Gabriel Galípolo, participa de entrevista coletiva em Brasília 19/12/2024 REUTERS/Adriano Machado

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, destacou que o Brasil está experimentando um processo de desinflação acentuado. Apesar de as expectativas de inflação ainda estarem fora da meta, Galípolo afirmou que a inflação está em processo de desaceleração e retorno gradual aos níveis desejados.

Inflação e Expectativas Fora da Meta

Galípolo reiterou que o cenário atual exige que a taxa de juros permaneça em um nível elevado e restritivo por um período prolongado para garantir a convergência da inflação para a meta. Ele participou do Fórum Econômico Indonésia Brasil, em Jacarta.

O presidente do BC demonstrou incômodo com o fato de a inflação ainda não ter atingido a meta, mas ressaltou a diligência e a tempestividade do Banco Central no combate a processos inflacionários. “Estamos falando de uma inflação que está em um processo de redução e retorno para a meta, em função de um Banco Central que vem se mostrando sempre bastante diligente e tempestivo no combate a qualquer tipo de processo inflacionário”, disse.

Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central, em evento sobre economia.
Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central, em evento sobre economia.

Desvalorização Cambial e Núcleo da Inflação

Galípolo detalhou que houve um repique da inflação no início do ano, associado a um processo de desvalorização cambial e um Mercado de trabalho e consumo bastante aquecidos. Contudo, ele ponderou que o núcleo da inflação de alimentos está gradativamente caindo.

“Quando a gente olha para esse tipo de medidor, que é uma média trimestral dessazonalizada, a gente percebe um processo de desinflação bastante acentuado e rápido, já devolvendo a inflação para níveis mais em torno da meta, quando a gente compara com o que a gente tinha no começo”, explicou.

Bem-Estar Econômico e Juros Restritivos

O presidente do BC também enfatizou que esse processo ocorre em um cenário de crescimento econômico contínuo no Brasil, com revisões sistemáticas das previsões de economistas. Ele projetou que, em 2025, o país deve registrar seu melhor índice de bem-estar econômico desde o início do sistema de metas de inflação.

“Estamos com um nível de inflação que, apesar de fora da meta, o que demanda o Banco Central permanecer com uma taxa de juros num patamar elevado e restritivo por um período prolongado para que a gente possa produzir essa convergência, mas conseguindo combinar um nível baixo de desemprego, crescimento positivo e uma inflação que está, olhando para níveis históricos, dentro de um patamar baixo, quando a gente compara com níveis históricos do Brasil“, concluiu Galípolo.

As declarações de Galípolo indicam um cenário de cautela, onde a melhora da inflação é percebida, mas a manutenção de juros altos é vista como necessária para consolidar essa tendência e ancorar as expectativas. A combinação de crescimento com inflação controlada, mesmo que acima da meta, é um ponto positivo para o bem-estar econômico do país.

Fonte: InfoMoney

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