Lula critica protecionismo e defende comércio multilateral na Ásia

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu uma agenda comercial multilateral e criticou o avanço do protecionismo nas relações internacionais, em discurso na Indonésia. A declaração ocorre às vésperas de um possível encontro com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Defesa do Multilateralismo e Crítica ao Protecionismo

“Nós queremos multilateralismo e não unilateralismo. Nós queremos democracia comercial e não protecionismo”, declarou Lula, ao lado do presidente indonésio Prabowo Subianto, em Jacarta. Lula reforçou a importância de acordos comerciais que beneficiem múltiplas nações, contrapondo-se a políticas isolacionistas.

Comércio em Moedas Locais e Parcerias Estratégicas

O líder brasileiro também reiterou seu apoio à realização de transações comerciais utilizando moedas locais, em detrimento do uso exclusivo do dólar. “A Indonésia e o Brasil têm interesse em discutir a comercialização entre nós dois com as nossas moedas. Essa é uma coisa que nós precisamos mudar”, afirmou Lula. Acordos foram assinados em áreas como estatística, agricultura, energia, ciência, tecnologia e promoção comercial.

A visita à Indonésia, marcada pela assinatura de diversos acordos, inicia uma agenda asiática focada na ampliação do comércio de proteína animal, no fortalecimento de parcerias ambientais e no aprofundamento das relações diplomáticas com países do Sudeste Asiático.

Possível Encontro com Donald Trump

Fontes governamentais indicam que há disposição para uma reunião bilateral entre Lula e Donald Trump no domingo (26), caso as agendas permitam. Este seria o primeiro encontro presencial entre os líderes desde o início de tensões diplomáticas decorrentes de tarifas impostas pelos EUA a produtos brasileiros. Na sexta-feira (24), Lula embarca para a Malásia para participar da Cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN).

A postura de Lula contrasta com a tendência de aumento do protecionismo em algumas economias globais, buscando fortalecer o multilateralismo como caminho para o desenvolvimento.

Fonte: InfoMoney