Boulos assume Secretaria-Geral: Diálogo com Apps e Fim da Escala 6×1 são prioridade

Guilherme Boulos assume Secretaria-Geral com foco em diálogo com trabalhadores de app e fim da escala 6×1. Entenda as prioridades do governo Lula.
trabalhadores de aplicativo — foto ilustrativa trabalhadores de aplicativo — foto ilustrativa

O recém-nomeado ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Guilherme Boulos, revelou que sua principal missão é reconectar o Governo federal com a população, com o objetivo de ouvir e dialogar diretamente com os trabalhadores, especialmente os de aplicativo. Segundo Boulos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva o incumbiu de priorizar conversas sobre a escala de trabalho 6×1, uma pauta relevante para o setor.

Em Entrevista à GloboNews, Boulos destacou a instrução de Lula para “colocar o governo na rua”. Sua posse está marcada para a próxima quarta-feira (29). O ministro rebateu críticas sobre sua capacidade de articulação, assegurando que seu diálogo transcenderá os movimentos sociais de esquerda, buscando abranger uma parcela mais ampla da classe trabalhadora.

Boulos analisou que a base eleitoral do PT se tornou mais dispersa, com muitos atuando no Mercado informal. Ele vê essa nova configuração como um desafio e uma oportunidade para a esquerda reestabelecer o diálogo com essa parcela da sociedade. A intenção de ter o governo “na rua” também visa fortalecer a base para as eleições de 2026.

Ele reconheceu a importância do trabalho de comunicação desenvolvido pelo ministro Sidônio Palmeira nas redes sociais e afirmou que, por uma questão geracional, pretende aprofundar essa estratégia de engajamento online.

Pautas Prioritárias: Regulamentação de Apps e Jornada de Trabalho

O ministro Boulos expressou otimismo quanto à possibilidade de avançar em pautas como o fim da escala 6×1 e a regulamentação do trabalho por aplicativo até 2026. Ele considera essencial que o governo debata esses temas no Congresso Nacional para cumprir seu programa eleitoral, apesar de reconhecer a falta de maioria parlamentar. Boulos acredita que a correlação de forças no Congresso pode ser influenciada pelo “ânimo da sociedade” e pela estratégia de enfrentamento e construção de consensos.

A Defesa do fim da escala 6×1, para Boulos, é um divisor de águas para “discernir quem está do lado do povo e quem está do outro lado”. Ele vê o debate desses temas como um cumprimento do programa de governo de Lula.

Direitos e Transparência para Trabalhadores de Aplicativo

Na esfera da regulamentação dos trabalhadores de aplicativo, Boulos defendeu a implementação de uma remuneração mínima, garantias previdenciárias e transparência nos algoritmos. Ele avalia que o Congresso terá dificuldade em se opor a essas pautas, especialmente perto das eleições de 2026, dada a abrangência do tema. “Eu acredito que, no caso dos trabalhadores plataformizados, muitas vezes precarizados, o caminho é garantir direitos, mas respeitando o grau de flexibilidade que eles têm”, afirmou.

Ele ressaltou a necessidade de as garantias previdenciárias atenderem tanto ao futuro quanto ao presente, exemplificando com a situação de trabalhadores que sofrem acidentes e deixam suas famílias sem suporte imediato. Boulos criticou a alegação de que esses trabalhadores são empreendedores, classificando-a como “falsear a realidade”, pois as plataformas oferecem condições precárias.

Boulos fez uma autocrítica ao governo Lula, reconhecendo que a esquerda errou ao tentar discutir a regulamentação dos trabalhadores de aplicativo sem ouvir diretamente os próprios profissionais. Ele indicou que a atual gestão buscará aprofundar esse diálogo para construir propostas mais alinhadas às necessidades do setor.

Fonte: Valor Econômico

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