O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, criticou a política econômica do presidente da Argentina, Javier Milei. Ele defendeu o modelo de “ajuste fiscal sem sacrificar o social” adotado pelo Governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Costa Filho, filiado ao Republicanos, expressou confiança na reeleição de Lula, argumentando que o presidente consegue harmonizar desenvolvimento econômico e social.
“A gente tem procurado no Brasil avançar numa agenda de equilíbrio das contas públicas, mas não um equilíbrio como a gente está vendo na Argentina, fazendo o ajuste fiscal e deixando mais de 15 milhões de argentinos à margem da pobreza e na miserabilidade”, declarou o ministro em um encontro em São Paulo.
Segundo ele, o Brasil está cumprindo seu papel com ajuste fiscal, equilíbrio das contas públicas e retomada de investimentos, mas sempre com foco na população. O ministro citou o aumento da renda média e destacou que a ampliação da isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil injetará R$ 30 bilhões na economia. Ele também negou um “preconceito dos governos do PT” com quem gera empregos.
O auxiliar de Lula fez essas declarações durante um jantar promovido pelo grupo jurídico Prerrogativas, que reuniu empresários dos setores portuário e aeroportuário. Na ocasião, foram defendidas as políticas do governo federal para transportes e infraestrutura.
Em seu discurso, Costa Filho afirmou que o governo Lula 3 reposicionou o Brasil na agenda de desenvolvimento internacional. “Hoje, quando a gente conversa com os players e investidores do mercado internacional, o Brasil passou a ser a bola da vez”, disse. Ele ressaltou que o país oferece projetos com rentabilidade e alinhados às pautas de transição energética, sustentabilidade e economia criativa.
Costa Filho, pré-candidato ao Senado por Pernambuco, mostrou-se animado com a disputa, mas indicou que pode permanecer no governo se for uma decisão de Lula. “O meu projeto é o do presidente Lula em Pernambuco e no Brasil. Estou pronto para qualquer missão que a gente venha construir em 2026″, declarou o ministro.
Financiamento privado de campanhas
Em resposta a uma pergunta, Costa Filho se mostrou favorável ao retorno do financiamento privado de campanhas eleitorais, proibido pelo STF em 2015. Ele defendeu que o debate seja feito com urgência, desde que haja limites de valor e transparência, para que o setor produtivo possa contribuir com o processo político e o fortalecimento da democracia.
O ministro sugeriu o congelamento do valor do fundo eleitoral e a liberação de doações privadas. “Quem sabe um congelamento do fundo eleitoral? Mas autorizar ao mesmo tempo a liberação da participação do financiamento privado”, propôs.
Fonte: Valor Econômico